Quem nunca hesitou antes de finalizar uma compra online? A Klarna surgiu para tornar esse momento mais fácil, oferecendo a possibilidade de dividir pagamentos sem aquela dor de cabeça inicial. Agora, a fintech sueca está prestes a dar um passo monumental. Ela registrou um IPO (Initial Public Offering) na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE), sob o código KLAR.
Fonte: CNBC – Buy now, pay later lender Klarna files for U.S. IPO
O Salto para a Bolsa Americana
A decisão de escolher o mercado americano em vez das bolsas europeias revela a ambição da Klarna e sua busca por maior visibilidade, além de um ambiente regulatório potencialmente mais favorável. Isso reflete uma mudança de paradigma no setor. Mesmo empresas inovadoras da Europa enxergam Wall Street como a grande vitrine global.
No entanto, a Klarna não terá vida fácil. A concorrência é pesada, com rivais como Affirm e Afterpay (do grupo Block). Além disso, gigantes como PayPal, Visa, Mastercard e grandes bancos como JPMorgan Chase e Bank of America também estão na disputa. Cada player busca inovar para manter sua fatia de mercado, tornando a competição intensa.
Uma Jornada de Altos e Baixos
O caminho da Klarna até aqui foi tudo, menos linear. Avaliada em US$ 46 bilhões durante o boom das fintechs na pandemia, a empresa viu seu valor desabar para US$ 6,7 bilhões em 2022. No entanto, com resiliência, deu a volta por cima. Em 2023, voltou à lucratividade, registrando um aumento de 24% na receita (US$ 2,8 bilhões). Além disso, alcançou um lucro operacional ajustado de US$ 181 milhões. Hoje, analistas estimam seu valor na casa dos US$ 15 bilhões.
Essa recuperação coloca a Klarna em um momento estratégico para captar capital no mercado público. Isso é ainda mais relevante porque os IPOs de tecnologia começam a aquecer novamente. Empresas como CoreWeave, ServiceTitan e Reddit voltaram a testar o apetite dos investidores.
Além do “Compre Agora, Pague Depois”
Nos EUA, a Klarna quer ir além do modelo de parcelamento que a tornou famosa. Desde 2017, a fintech já opera como um banco licenciado na Europa. Seu CEO, Sebastian Siemiatkowski, tem planos claros de obter uma licença bancária também nos Estados Unidos. Hoje, suas operações de crédito dependem do WebBank. No entanto, a empresa está disposta a investir US$ 1 bilhão para operar de forma independente e concorrer diretamente com as taxas de cartão de crédito americanas.
Esse movimento não acontece no vácuo. A Block, dona do Afterpay, recentemente recebeu aprovação para originar empréstimos diretamente por meio de sua própria subsidiária bancária. Isso mostra que o setor de crédito ao consumidor está mais dinâmico do que nunca. Para vencer essa disputa, a Klarna precisará ser agressiva em suas condições. Oferecer taxas e incentivos atrativos será essencial para conquistar e manter seus clientes.
O Que Vem a Seguir?
O IPO da Klarna representa mais do que a listagem de uma fintech na bolsa. Ele simboliza a evolução do comércio eletrônico e dos serviços financeiros digitais, refletindo mudanças no comportamento do consumidor. Além disso, destaca a crescente digitalização das transações. Mas a pergunta que fica é: será que a Klarna conseguirá se consolidar como um verdadeiro banco digital nos Estados Unidos, ou enfrentará os mesmos desafios que abalaram seu crescimento nos últimos anos?